quarta-feira, 2 de março de 2011

ONU faz apelo por evacuação em massa da Líbia


02/03/2011 06h10 - Atualizado em 02/03/2011 07h40

Secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, diz que milhares de vidas estão em risco; Líbia foi suspensa do Conselho de Segurança.

A ONU fez um apelo por uma retirada em massa de pessoas que estão tentando cruzar a fronteira entre a Líbia e a Tunísia, alegando que a situação na região atingiu "um ponto crítico".
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, disse que milhares de vidas estão em risco.
A Tunísia já teria recebido 75 mil pessoas vindas da Líbia desde o início da crise no país vizinho, e outras 40 mil pessoas ainda estariam esperando para atravessar a fronteira.
Estrangeiros
O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados e a Organização Internacional para a Migração pediram que os governos realizem "uma evacuação em massa de dezenas de milhares de egípcios e outros cidadãos estrangeiros" e forneçam "um grande apoio financeiro e logístico, incluindo aviões, barcos e pessoal especializado".

Trabalhadores vietnamitas, indianos, turcos, tunisianos, chineses e tailandeses fazem parte do grupo preso na fronteira entre a Líbia e a Tunísia, muitos deles em um completo estado de exaustão.
Na terça-feira, guardas tunisianos tiveram de atirar para o alto em uma tentativa de controlar a multidão.
"Precisamos de ações concretas para providenciar assistência humanitária e médica. O tempo é precioso. Milhares de vidas estão em risco", disse Ban Ki-moon.
Conselho de Segurança

Os membros da assembleia aprovaram a medida por consenso em uma resolução que acusa o regime do líder líbio Muammar Kadhafi de estar cometendo violações "sistemáticas" dos direitos humanos ao reprimir oposicionistas.
O secretário-geral da ONU disse que a decisão envia uma mensagem "forte e importante" e com "grandes consequências para a região (do Oriente Médio)".
Segundo ele, com a decisão, a ONU está indicando que "não há impunidade, que aqueles que cometem crimes contra a humanidade serão punidos, que os princípios fundamentais da justiça e da responsabilidades pelos seus próprios atos deve prevalecer".
A correspondente da BBC na ONU Barbara Plett, disse que a resolução sela o isolamento da Líbia na comunidade internacional, já que a Líbia foi suspensa do Conselho com o apoio de todos os outros Estados-membros da ONU.
Pressão
Governos ocidentais vêm aumentando a pressão para que Kadhafi, no poder desde 1969, abandone o governo.

O Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos e a União Europeia já anunciaram sanções contra o regime de Khadafi, incluindo o congelamento de bens e embargo à venda de armas.
O comando militar americano anunciou que está deslocando forças navais e aéreas aos arredores da Líbia para, segundo o Pentágono, "proporcionar opções e flexibilidade".
Calcula-se que mais de mil pessoas tenham morridos desde o início dos protestos contra o regime de Khadafi, em 20 de fevereiro.
Oposicionistas já dominam boa parte do leste do país, incluindo cidades importantes como Benghazi, a segunda mais populosa da Líbia.
Entrevista
O líder líbio Muamar Khadafi disse em entrevista à BBC que é amado por seu povo e negou que existam protestos em Trípoli. A entrevista - concedida aos repórteres Jeremy Bowen, da BBC, e Cristiane Amanpour, da ABC, e ao jornal "Sunday Times" - foi a primeira do líder líbio à imprensa ocidental desde que começou a crise.

Khadafi, que está há 41 anos no poder, está sob intensa pressão de opositores, que controlam várias cidades do leste do país.
Testemunhas afirmaram que forças pró-Kadhafi tentaram retomar o controle das cidades de Zawiyah, Misrata e Nalut, no oeste do país, mas foram repelidas por rebeldes - ajudados por forças dissidentes de unidades do Exército líbio.
Rebeldes afirmam que mataram oito milicianos pró-Kadhafi, mas que não houve qualquer baixa entre os opositores. O governo não se pronuncia sobre número de mortos ou feridos.
Em Zawiyah, moradores e manifestantes temem que o governo ordene ataques aéreos. Em Gasr bin Ghashir, um distrito de Trípoli, um grupo de cem homens gritava slogans pro Kadhafi, carregando imagens do coronel.
"Estamos prontos para sacrificar nossas almas e nosso sangue por nosso líder", diziam eles. A manifestação ocorreu perto de uma instalação criada pelo governo para que a imprensa visse um comboio médico partir para Benghazi. Havia 18 caminhões que estariam partindo para entregar comida, cobertores e medicamentos.

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