sexta-feira, 29 de abril de 2011

Censo 2010 aponta envelhecimento da população brasileira

PEDRO SOARES
CAROLINA MATOS
DO RIO

O Brasil tem 190.755.799 habitantes, revelam os primeiros resultados definitivos do Censo 2010, divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. Os dados mostram ainda um país com estrutura etária mais envelhecida, com mais pessoas se declarando pretas e pardas --os dois grupos chegaram a 43,1% e 7,6% da população, respectivamente-- e proporcionalmente com um contingente maior de mulheres. Para cada grupo de 100 mulheres, existem apenas 96 homens --excedente de 3.941.819 mulheres.



Segundo os dados do Censo 2010, todas as faixas etárias até 25 anos têm peso menor na população do que em 2000, ao passo que os demais grupos ampliaram sua participação. Na base da pirâmide, a representatividade do grupo de 0 a 4 anos no total da população caiu de 4,9% (meninos) e 4,7% (meninas) em 2000 para 3,7% e 3,6% em 2010. Simultaneamente, a participação da faixa com mais de 65 anos avançou de 5,9% em 2000 para 7,4% em 2010.
O envelhecimento é reflexo do mais baixo crescimento populacional --aliado a menores taxas de natalidade e fecundidade, indicadores ainda não divulgados nessa etapa de apresentação de dados do Censo 2010.
A taxa média anual de crescimento da população baixou de 1,64% no Censo 2000 (de 1991 a 2000) para 1,17% no de 2010 (2001 a 2010).
Segundo o IBGE, porém, a população brasileira aumentou quase vinte vezes desde o primeiro recenseamento realizado no Brasil, em 1872, quando foram contados 9.930.478 habitantes.
"Até a década de 1940, predominavam altos níveis de fecundidade e mortalidade no país. Com a diminuição desta última em meados dos anos 1940 e a manutenção dos altos níveis de fecundidade, o ritmo do crescimento populacional brasileiro evoluiu para quase 3% ao ano na década de 1950", diz o IBGE.
No começo dos anos 60, afirma o instituto, os níveis de fecundidade começaram a cair lentamente, tendência que se acentuou nas décadas seguintes e que resultou na redução da taxa de crescimento populacional.
Entre 2000 e 2010, as maiores taxas médias de crescimento anual de população foram observadas nas regiões Norte (2,09%) e Centro-Oeste (1,91%), sob impacto da migração e da maior fecundidade. As regiões Nordeste (1,07%) e Sudeste (1,05%) apresentaram um crescimento populacional semelhante. Já a região Sul (0,87%) foi a que menos cresceu.
As regiões mais populosas foram a Sudeste (42,1% da população brasileira), Nordeste (27,8%) e Sul (14,4%). Norte (8,3%) e Centro-Oeste (7,4%) continuam aumentando a representatividade no crescimento populacional, enquanto as demais regiões mantêm a tendência histórica de declínio em sua participação nacional.
Já os Estados mais populosos do Brasil - São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná --concentram, em conjunto, 58,7% da população total do País. São Paulo é o Estado com a maior concentração municipal de população: somente 32 municípios (5,0%) respondem por quase 60% dos moradores do Estado.
O Censo mostra ainda a continuidade do processo de urbanização do país, cuja taxa atingiu 81,2% em 2010 --era de 81,2% em 2000.
Os dados revelam ainda o avanço na oferta de serviços públicos, embora ainda exista uma carência grande em alguns deles, especialmente em saneamento. Apenas 55,4% dos 57,3 milhões de domicílios estão ligados à rede geral de esgoto. O lixo é coletado em 87,4% dos lares e o abastecimento de água por meio de rede geral de distribuição atende a 82,9% dos domicílios.
Segundo o IBGE, houve melhora no analfabetismo, que hoje afeta 9% da população brasileira --eram 12,9% em 2000. Em números absolutos, 14,6 milhões de pessoas não sabem ler nem escrever, de um universo de 162 milhões de pessoas com mais de 10 anos.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dilma assina acordos de cooperação na China

2/04/2011 10h01 - Atualizado em 12/04/2011 15h36

Presidente se reuniu nesta terça-feira com o presidente chinês, Hu Jintao.

Foram firmadas parcerias em tecnologia, agricultura, esporte e educação.

Do G1, em São Paulo
Dilma china (Foto: Reuters)Dilma e Hu Jintao brindaram após encontro em
Pequim (Foto: Reuters)
A presidente Dilma Roussef e o presidente chinês, Hu Jintao, se reuniram nesta terça-feira em Pequim para a assinatura de acordos de cooperação nas áreas de política, defesa, ciência e tecnologia, recursos hídricos, inspeção e quarentena, esporte, educação, agricultura, energia, energia elétrica, telecomunicações e aeronáutica, entre outros.
A China manifestou disposição de incentivar suas empresas a ampliar a importação de produtos de maior valor agregado e o Brasil e ambos os países se comprometeram a ampliar e diversificar investimentos recíprocos, em particular na indústria de alta tecnologia e automotiva e nos setores de energia, mineração e logística, sob a forma de parcerias entre empresas chinesas e brasileiras.
Segundo o Itamaraty, foram assinados seis atos entre governos e ministérios, sem contar os acordos comerciais já anunciados durante a viagem de Dilma. Foram firmados também acordos entre instituições brasileiras e chinesas. O Ministério das Relações Exteriores não informou, porém, o número total.


Com a assinatura dos atos, foi criado o Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia. Outro acordo se refere ao setor de defesa e estabelece intercâmbio de experiências em áreas como operações militares, tecnologia de defesa e instrução e treinamento militar. Há parcerias firmadas que abrangem o desenvolvimento da produção do bambu e a gestão de recursos hídricos, como controle de enchentes e combate à seca. 

A Foxconn, que fabrica produtos da Apple em regime de terceirização na China, anunciou a Dilma a intenção de investir US$ 12 bilhões no Brasil.O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, estima que somente no campo da tecnologia, ciência e inovação, o investimento chinês no Brasil como resultado dos acordos assinados em Pequim vai superar US$ 1 bilhão.
A empresa de telefonia Huawei anunciou a intenção de construir um centro de pesquisas na região de São Paulo, com investimentos de US$ 300 milhões.
Confira a seguir os atos assinados entre governos, detalhados pelo Itamaraty:
Cooperação militar

O acordo estabelece “intercâmbio de experiências em operações militares”, incluindo as operações de manutenção da paz das Nações Unidas, instrução e treinamento militar e exercícios militares conjuntos, assim como o intercâmbio de informações relacionadas a esses assuntos, troca de conhecimentos na área de tecnologia de defesa, cooperação em serviços de defesa, além de compartilhamento de informações referentes a medicina militar, assistência humanitária e segurança em eventos importantes. Segundo o texto do acordo, poderá haver intercâmbio de instrutores e alunos de instituições militares e visitas mútuas de navios e aeronaves militares.

Qualidade industrial e supervisão de produtos
Os países firmaram uma declaração de interesse em compartilhar conhecimentos, informações e outras formas de apoio sobre a inspeção e certificação de produtos comercializados. O objetivo da parceria é reforçar a conformidade dos produtos de consumo aos regulamentos obrigatórios pertinentes no Brasil e na China, melhorar os mecanismos de vigilância do mercado e outros mecanismos de execução.

Bambu e desenvolvimento sustentável

Outra parceria entre os dois países se refere à inovação na cadeia produtiva do bambu, visando o desenvolvimento sustentável. O foco são setores como produção de mudas e brotos, tratamento, preservação, construção, arquitetura, design e decoração. Estão previstas atividades como missões de especialistas brasileiros para a China, seminários e workshops e intercâmbio de cientistas e técnicos.

Controle de enchentes e combate à seca

Brasil e China vão trocar experiências nas áreas de controle de enchentes, combate à seca, mitigação de desastres, reforço de barragens, projetos de transferência de longa distância de cursos d’água e proteção de bacias e ecossistemas hídricos. Entre as atividades previstas estão intercâmbio técnico, organização de seminários e incentivo à colaboração entre as empresas responsáveis pelo tratamento e fornecimento de água.

Pesquisa e inovação em nanotecnologia

Os países irão estabelecer o Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia, para o desenvolvimento de novos materiais a partir de átomos. O acordo prevê transferência de conhecimentos e formação e a capacitação de recursos humanos. O trabalho conjunto terá por objetivo executar elaborar propostas para a integração dos setores público e privado, estimulando a realização de investimentos, atividades produtivas e processos nas áreas de nanociências e nanotecnologia, e estudar questões relativas a patentes e propriedade intelectual.

Cooperação esportiva

Brasil e China irão incentivar o intercâmbio e a cooperação esportiva entre os países. A parceria visa a preparação e organização dos Jogos Olímpicos. A China sediou os Jogos Olímpicos de Beijing em 2008 e sediará os Jogos Olímpicos da Juventude de Nanjing 2014. O Brasil sediará a Copa do Mundo FIFA 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016. Os países firmaram o compromisso de trocar experiências e promover assistência para a preparação de suas delegações.

Instituto de ensino

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) abrigará um instituto de ensino de mandarim. Segundo o acordo, será lançada uma unidade do Instituto Confúcio na universidade dentro de um ano. A entidade também vai capacitar instrutores, aplicar exames de proficiência, para alunos, e de certificação, para professores, e fornecer informações sobre educação e cultura na China.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Há 50 anos, homem chegava ao espaço pela primeira vez


Durante 108 minutos, Yuri Gagarin deu uma volta na Terra e retornou.
Cápsula Vostok 1 tinha apenas 2,3 m de diâmetro.

Do G1, em São Paulo
Gagarin 1 (Foto: alldayru.com / via ESA)O astronauta Yuri Gagarin, primeiro homem a alcançar o espaço, em 1961. (Foto: alldayru.com / via ESA)











Na manhã de 12 de abril de 1961, o soviético Alekseyevich fez um café-da-manhã inédito. Flutuando a 327 km acima da superfície terrestre, o homem de apenas 27 anos comeu e bebeu dentro de uma bola de apenas 2,3 m. Ficou conhecido para a posteridade como Yuri Gagarin e seu desjejum matinal foi apenas um feito dentro de outro maior: o primeiro voo de um humano no espaço.
Gagarin foi o escolhido entre mais de 3,5 mil aspirantes à missão, após intensos testes de resistência física e psicológica. Somente seis homens foram selecionados como possíveis candidatos à primeira aventura do homem no espaço. A decisão sobre quem iria estar a bordo da nave redonda Vostok 1 foi comunicada ao grupo apenas quatro dias antes da missão.Foi a segunda refeição do dia para o piloto da força aérea da extinta URSS. Horas antes, na companhia do seu substituto imediato German Titov, o cosmonauta já havia recebido “comida do espaço” para se acostumar à rotina durante a missão.
À época, a extinta União Soviética e os Estados Unidos travavam uma batalha silenciosa para saber qual nação levaria o primeiro ser humano à Lua. Os norte-americanos venceram a disputa em 1969, com o “pisão” inaugural de Neil Armstrong no satélite natural da Terra, mas nos oito anos anteriores, os soviéticos sempre estiveram à frente - inclusive no lançamento do primeiro satélite artificial, o Sputnik, em 1957.
Os Estados Unidos só levariam o primeiro homem ao espaço alguns meses mais tarde, durante a viagem de Alan Shepard no voo da Freedom 7, em 5 de maio de 1961. Porém somente em 7 de fevereiro de 1962, durante a missão Friendship, com John Glenn, o país teve seu primeiro astronauta completando uma volta inteira ao redor do planeta. Ambos os feitos fizeram parte do Projeto Mercury, da agência espacial norte-americana (Nasa).
‘Poyekhali’

O voo de Gagarin começou às 09h07 no horário de Moscou, com o lançamento da cápsula Vostok 1 com o foguete R-7.

Antes de decolar, o cosmonauta gritou “Poyekhali!” (“Vamos nessa!", em tradução livre).
A nave partiu das instalações do então secreto Cosmódromo de Baikonur, conhecido à época também como Tyuratam, localizado atualmente nas estepes do Cazaquistão – uma das ex-repúblicas soviéticas.
Onze minutos após a decolagem, o combustível do foguete acabou, a cápsula redonda Vostok foi liberada e a humanidade entrava em órbita pela primeira vez.
Gagarin 4 (Foto: Nasa)Yuri Gagarin ao ser transportado para o lançamento da Vostok 1, na manhã de 12 de abril de 1961. Ao fundo da imagem está German Titov, piloto reserva da missão, que foi ao espaço na missão Vostok 2. (Foto: Nasa)
Para girar ao redor do planeta, a Vostok precisou alcançar uma velocidade média de 28 mil km/h. Gagarin não chegou a controlar a nave, ainda que os controles para uma operação manual da Vostok 1 estivessem disponíveis ao piloto soviético.
Durante os 108 minutos de duração da missão, Gagarin deu uma volta inteira em torno da Terra. Os relatos do cosmonauta narram a sensação de estar sob o efeito de uma gravidade menor, além de uma preocupação constante sobre os dados do voo – ao solicitá-los à equipe responsável na Terra.
O cosmonauta retornou ao solo terrestre às 10h55 em uma área de plantação em Smelovka, na província de Saratov, a 300 km de onde deveria ter pousado. De volta ao planeta, Gagarin recebeu seu terceiro café-da-manhã naquele dia: leite e pão de Anna Takhtarova, uma avó espantada com a figura de um homem vestido em trajes laranjas e com um capacete, vindo do espaço.
Vostok 1a (Foto: ESA)
A cápsula Vostok 1, com apenas 2,3 m de diâmetro,
após aterrissar de volta na Terra. (Foto: ESA)
Legado
Gagarin virou um herói soviético após retornar ao planeta que ele observou - pela primeira vez - de fora. Foi poupado de outras missões pelo medo de um acidente encerrar a vida de um dos principais ícones soviéticos durante a Guerra Fria.

Ironicamente, o temor se justificou em 28 de maio de 1968, quando em um acidente ainda envolto em mistério, Gagarin morreu durante testes em um avião MiG.
Após a tragédia, uma cratera na Lua e um asteroide foram nomeados em homenagem ao cosmonauta.
Depois de Gagarin, mais de 400 pessoas – de 30 países diferentes – já estiveram no espaço. A maior distância já percorrida por humanos foi pouco maior que 400 mil quilômetros, durante a quase fatal missão Apollo 13, da Nasa.

KGB bielorrussa caça responsáveis por atentado no metrô de Minsk

Ignacio Ortega


Moscou, 12 abr (EFE).- O Comitê de Segurança do Estado (KGB) de Belarus deteve nesta terça-feira vários suspeitos de envolvimento no brutal atentado a bomba ocorrido ontem no metrô de Minsk que deixou em estado de choque a última ditadura da Europa.

"Foi como uma ducha de água fria. Estava no trem logo atrás e, quando passamos pela plataforma de estação da estação onde houve a explosão, pensei que estava em Israel ou na Rússia. Era algo surreal. Em Belarus não acontecem essas coisas", disse à Agência Efe Yaroslav Romanchuk, político opositor e ex-candidato à presidência.

Segundo o chefe da KGB local, Vadim Zaitsev, três pessoas já foram presas e estão sendo interrogadas por sua possível ligação com a explosão, que deixou 12 mortos e mais de cem feridos.

"Como principal suspeito, há uma só pessoa. É um homem de até 27 anos, de constituição bastante robusta. Não descartamos a versão de que haja cúmplices, e também cogitamos a possibilidade de participação de um mercenário", disse. acrescentando que "Este homem ainda não foi detido", explicou Zaitsev, que não confirmou a nacionalidade do suspeito.

Segundo o retrato-falado divulgado pela imprensa local, o atentado pode ter sido cometido por terroristas da região do Cáucaso, na Europa oriental.

"Tudo leva a crer que o suspeito seja do Cáucaso. O homem do retrato-falado tem feições típicas de quem é daquela região", disse à Agência Efe um jornalista independente que trabalha em Minsk.

A isto se soma o fato de especialistas em explosivos citados por agências de notícias russas terem sugerido que terroristas islâmicos do norte da Rússia - região que faz parte do Cáucaso - estejam por trás da explosão em Minsk.

A KGB, que ofereceu uma generosa recompensa a quem der pistas sobre os autores do atentado, apresentou três possíveis versões para o crime: uma tentativa de desestabilização do governo local, a ação de um grupo anarquista e a ação isolada de uma pessoa com problemas psíquicos.

"Que alguns não gostem do sistema no qual vive a sociedade bielorrussa, isto é um fato. É uma tentativa de instigar o medo, o pânico e o mal-estar com as forças de segurança, ou seja, com o poder", afirmou Zaitsev.

O chefe da KGB fez menção a certos grupos anarquistas juvenis vinculados à oposição e que participaram dos violentos distúrbios que se seguiram à reeleição do presidente, Aleksandr Lukashenko, no pleito de 19 de dezembro do ano passado.

Zaitsev também deu as boas-vindas aos especialistas antiterrorismo, criminalistas e médicos enviados por Rússia e Israel.

O promotor Andrei Shved, que investiga a explosão ocorrida na hora do rush na estação Oktiabrskaya, não muito longe da residência de Lukashenko, descartou que esta tivesse sido causada por um "terrorista suicida".

"É a primeira vez que encaramos algo do tipo. Com quase toda certeza foi uma bomba ativada à distância. A bomba tinha estilhaços, como bolas de aço, peças de metal e cravos", afirmou.

Shved, que destacou que a bomba tinha uma potência equivalente a pelo menos 3 quilos de TNT, também ressaltou que, até o momento, ninguém reivindicou a autoria do atentado, mas disse que "seu objetivo é claro: a instabilidade no país".

Quanto aos mortos no atentado, Shved explicou que "11 pessoas morreram na hora, e outra no hospital", enquanto 151 ainda estão internadas em hospitais de Minsk, 40 delas em estado grave e 58 de média gravidade.

Por sua vez, o veterano político bielorrusso Aleksandr Milinkevich negou hoje qualquer envolvimento da oposição no atentado.

"A oposição não utiliza métodos radicais", disse o político à emissora de rádio russa "Eco de Moscou".

Milinkevich acredita que os autores do atentado podem ser grupos que querem provocar a desestabilização do país ou aguçar seu isolamento da União Europeia, e não descartou que o atentado sirva para reforçar o poder de Lukashenko, considerado o último ditador da Europa.

O economista Yaroslav Romanchuk, candidato à presidência do país na controvertida eleição de dezembro, também pôs em dúvida a participação da oposição.

"É um preço alto demais a ser pago só para obter créditos para uma plataforma política", disse à Efe o economista em entrevista por telefone.

Belarus, a última economia planificada da Europa e o país que melhor conservou o estilo de vida soviético, era considerada, ao contrário da vizinha Rússia, uma ilha de estabilidade, imune até ontem à praga do terrorismo.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Portugal anuncia pedido de socorro financeiro à União Europeia

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Atualizado às 17h11.
O primeiro-ministro demissionário de Portugal, José Sócrates, anunciou nesta quarta-feira que seu governo enviou um pedido de socorro financeiro à União Europeia (UE).
"O governo decidiu dirigir à Comissão Europeia um pedido de ajuda financeira para garantir as condições de financiamento", disse Sócrates em breve pronunciamento na TV.
O valor do resgate financeiro ainda não foi anunciado, mas analistas do mercado financeiro estimam que pode chegar a 80 bilhões de euros [R$ 185 bilhões].
Portugal se torna, assim, o terceiro país da zona do euro a pedir ajuda aos parceiros europeus.

Resistente a um pedido de socorro, Sócrates renunciou em 23 de março, depois de ver seu plano de ajuste fiscal derrotado no Parlamento. O pacote havia sido elaborado para evitar o resgate internacional. A ajuda externa estará condicionada ao país cumprir duras exigências de ajuste econômico.
ENTREVISTA
Antes do anúncio de Sócrates, o ministro das Finanças de Portugal, Fernando Teixeira dos Santos, havia admitido que o país precisaria pedir ajuda financeira externa. As declarações foram dadas ao diário português "Jornal de Negócios".
Na entrevista, publicada nesta quarta-feira no site do jornal, Santos indica que o socorro financeiro deve vir da União Europeia, mas não entrou em detalhes sobre se o país vai recorrer ao fundo de resgate da crise criado pelo bloco.
"Perante esta difícil situação, que podia ter sido evitada, entendo que é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu", afirmou o ministro em uma entrevista enviada por escrito ao jornal.
Santos disse, ainda, que o seu país foi "irresponsavelmente empurrado para uma situação muito difícil nos mercados financeiros", em uma referência indireta à ação da oposição para derrubar o pacote de ajuste fiscal no Parlamento, em 23 de março.
O ministro admitiu que o leilão de títulos da dívida realizado nesta quarta-feira a juros recordes mostrar a "deterioração das condições dos mercados" nacionais depois da rejeição da proposta de ajuste.
"A procura externa [por títulos de Portugal] é bem menor e as taxas refletem o agravamento, sem precedentes, registado nas últimas semanas em virtude do aumento da incerteza que paira sobre o país", afirmou Santos. Ele acrescentou que 90% dos investidores que compraram os títulos nesta quarta-feira são portugueses.
Santos encerrou a entrevista garantindo que Portugal vai honrar seus compromissos financeiros, "tomando as iniciativas necessárias de modo a assegurar os meios indispensáveis".
Em 15 de abril, o governo português terá que pagar 4,2 bilhões de euros [R$ 9,7 bilhões] da dívida a vencer. Outros 4,9 bilhões de euros [R$ 11,3 bilhões] vencem em junho.
LEILÃO
O governo de Portugal promoveu nesta quarta-feira um novo leilão de títulos da dívida do governo de curto prazo. Os juros foram novamente recorde, o que aumenta as expectativas de que o país vai precisar de um socorro financeiro estrangeiro em breve.
No leilão, foram vendidos 1 bilhão de euros em títulos [R$ 2,3 bilhões]. Desse total, 560 milhões de euros [R$ 1,2 bilhão] são papéis com vencimento em outubro desde ano e os 450 milhões de euros [R$ 1,04 bilhão] restantes com vencimento em um ano.
As taxas de juros exigidas pelos investidores que compraram os títulos que são considerados de risco elevado foram recordes. Nos títulos com vencimento em seis meses, os juros são de 5,11% e nos com vencimento em um ano, de 5,9%.
No mês passado, em leilões semelhantes, o Tesouro de Portugal havia pago 3% nos títulos de seis meses e 4,3% naqueles que vencem em 12 meses.
A escalada do prêmio exigido pelos investidores mostra a deterioração da situação financeira portuguesa. O país já teve sua nota de risco rebaixada por todas as grandes agências de classificação de risco.
O próximo leilão de títulos do governo está marcado para 20 de abril.
DÍVIDAS
Neste mês, o governo tem elevadas dívidas a pagar. Em junho, há uma nova concentração de vencimentos de títulos. Há um risco de o país não conseguir honrar com esses compromissos financeiros. Por isso, um pedido de resgate do FMI (Fundo Monetário Internacional) e de vizinhos da União Europeia pode estar próximo.
No mercado secundário, onde investidores negociam entre si os títulos do governo, os papéis da dívida de Portugal com vencimento em 10 anos atingiram 8,78% ao ano. Esses juros vem batendo recordes sucessivos desde a piora da crise portuguesa, em 23 de março. Os títulos de 10 anos são considerados uma referência do nível de risco do país.
Analistas do mercado financeiro já mencionam que Portugal irá precisar de um socorro de 80 bilhões de euros.
Políticos portugueses, no entanto, se recusam a aceitar a necessidade de ajuda externa, sob o argumento de que as condições que serão impostas em troca iriam prejudicar a população.

Google classroom

Olá, Queridos alunos, espero que estejam bem. Durante o período do isolamento utilizaremos o  aplicativo Aula Paraná e  Google Cl...