Presidente se reuniu nesta terça-feira com o presidente chinês, Hu Jintao.
Foram firmadas parcerias em tecnologia, agricultura, esporte e educação.
A presidente Dilma Roussef e o presidente chinês, Hu Jintao, se reuniram nesta terça-feira em Pequim para a assinatura de acordos de cooperação nas áreas de política, defesa, ciência e tecnologia, recursos hídricos, inspeção e quarentena, esporte, educação, agricultura, energia, energia elétrica, telecomunicações e aeronáutica, entre outros.
Segundo comunicado conjunto, os presidentes reiteraram o compromisso de promover "o desenvolvimento das relações bilaterais com visão estratégica e de longo alcance".
A China manifestou disposição de incentivar suas empresas a ampliar a importação de produtos de maior valor agregado e o Brasil e ambos os países se comprometeram a ampliar e diversificar investimentos recíprocos, em particular na indústria de alta tecnologia e automotiva e nos setores de energia, mineração e logística, sob a forma de parcerias entre empresas chinesas e brasileiras.
Segundo o Itamaraty, foram assinados seis atos entre governos e ministérios, sem contar os acordos comerciais já anunciados durante a viagem de Dilma. Foram firmados também acordos entre instituições brasileiras e chinesas. O Ministério das Relações Exteriores não informou, porém, o número total.
Com a assinatura dos atos, foi criado o Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia. Outro acordo se refere ao setor de defesa e estabelece intercâmbio de experiências em áreas como operações militares, tecnologia de defesa e instrução e treinamento militar. Há parcerias firmadas que abrangem o desenvolvimento da produção do bambu e a gestão de recursos hídricos, como controle de enchentes e combate à seca.
A Foxconn, que fabrica produtos da Apple em regime de terceirização na China, anunciou a Dilma a intenção de investir US$ 12 bilhões no Brasil.O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, estima que somente no campo da tecnologia, ciência e inovação, o investimento chinês no Brasil como resultado dos acordos assinados em Pequim vai superar US$ 1 bilhão.
A empresa de telefonia Huawei anunciou a intenção de construir um centro de pesquisas na região de São Paulo, com investimentos de US$ 300 milhões.
Confira a seguir os atos assinados entre governos, detalhados pelo Itamaraty:
Cooperação militar
O acordo estabelece “intercâmbio de experiências em operações militares”, incluindo as operações de manutenção da paz das Nações Unidas, instrução e treinamento militar e exercícios militares conjuntos, assim como o intercâmbio de informações relacionadas a esses assuntos, troca de conhecimentos na área de tecnologia de defesa, cooperação em serviços de defesa, além de compartilhamento de informações referentes a medicina militar, assistência humanitária e segurança em eventos importantes. Segundo o texto do acordo, poderá haver intercâmbio de instrutores e alunos de instituições militares e visitas mútuas de navios e aeronaves militares.
Qualidade industrial e supervisão de produtos
Os países firmaram uma declaração de interesse em compartilhar conhecimentos, informações e outras formas de apoio sobre a inspeção e certificação de produtos comercializados. O objetivo da parceria é reforçar a conformidade dos produtos de consumo aos regulamentos obrigatórios pertinentes no Brasil e na China, melhorar os mecanismos de vigilância do mercado e outros mecanismos de execução.
Bambu e desenvolvimento sustentável
Outra parceria entre os dois países se refere à inovação na cadeia produtiva do bambu, visando o desenvolvimento sustentável. O foco são setores como produção de mudas e brotos, tratamento, preservação, construção, arquitetura, design e decoração. Estão previstas atividades como missões de especialistas brasileiros para a China, seminários e workshops e intercâmbio de cientistas e técnicos.
Controle de enchentes e combate à seca
Brasil e China vão trocar experiências nas áreas de controle de enchentes, combate à seca, mitigação de desastres, reforço de barragens, projetos de transferência de longa distância de cursos d’água e proteção de bacias e ecossistemas hídricos. Entre as atividades previstas estão intercâmbio técnico, organização de seminários e incentivo à colaboração entre as empresas responsáveis pelo tratamento e fornecimento de água.
Pesquisa e inovação em nanotecnologia
Os países irão estabelecer o Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia, para o desenvolvimento de novos materiais a partir de átomos. O acordo prevê transferência de conhecimentos e formação e a capacitação de recursos humanos. O trabalho conjunto terá por objetivo executar elaborar propostas para a integração dos setores público e privado, estimulando a realização de investimentos, atividades produtivas e processos nas áreas de nanociências e nanotecnologia, e estudar questões relativas a patentes e propriedade intelectual.
Cooperação esportiva
Brasil e China irão incentivar o intercâmbio e a cooperação esportiva entre os países. A parceria visa a preparação e organização dos Jogos Olímpicos. A China sediou os Jogos Olímpicos de Beijing em 2008 e sediará os Jogos Olímpicos da Juventude de Nanjing 2014. O Brasil sediará a Copa do Mundo FIFA 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016. Os países firmaram o compromisso de trocar experiências e promover assistência para a preparação de suas delegações.
Instituto de ensino
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) abrigará um instituto de ensino de mandarim. Segundo o acordo, será lançada uma unidade do Instituto Confúcio na universidade dentro de um ano. A entidade também vai capacitar instrutores, aplicar exames de proficiência, para alunos, e de certificação, para professores, e fornecer informações sobre educação e cultura na China.
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/04/dilma-assina-acordos-comerciais-na-china.html, acesso em 12/04/2011.
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